Leitura Bíblica:
Gálatas 4:1-7
Introdução: O término de
mais um ano se aproxima rapidamente. É o tempo quando o nascimento de Jesus
Cristo é comemorado de uma maneira mais específica. Todos nós gostamos de ouvir
as palavras que o anjo falou a José, que ficou preocupado com a inesperada gravidez de Maria, a sua noiva.
“José, filho de Davi, não temas receber Maria, a tua mulher, porque o que nela
foi gerado é do Espirito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de
Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” Mt.1:20-21.
Quando Adão e Eva pecaram, Deus
não os entregou às consequências totais de sua desobediência; antes, Ele lhes
deu a promessa de um Salvador, pelo qual receberiam o perdão de seus pecados.
Essa promessa deu ao povo a esperança de tempos melhores. Os anos se passaram,
mas a promessa nunca foi esquecida. O profeta Isaías descreveu como o Salvador
chegaria à terra. “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe
chamará Emanuel”- Deus conosco, Is.7: 14; Mt.1:23. O prometido Salvador
seria o próprio Deus em forma humana -
Deus manifestado na carne, 1Tm.3:6. Assim, na plenitude do tempo, quando tudo
foi devidamente preparado para o nascimento do prometido Salvador, o Deus
soberano agiu mais uma vez na história da humanidade. Agora, estamos prontos para
meditar sobre o texto de Gálatas 4:4-6.
1.A Condição de seu Nascimento.
”Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”. Para que Ele
fosse nosso Salvador, de verdade, duas condições eram necessárias:
Primeira, Ele teria de ser um
verdadeiro homem, “nascido de mulher”. Foi o homem que pecou, portanto, é o homem
que tem que receber o salário do pecado, que é a morte. Cristo veio como o
nosso substituto, um verdadeiro homem, capaz de receber o salário do nosso
pecado. Como o Verbo (Jesus Cristo) se fez
carne e habitou entre nós? Jo.1:14. Maria recebeu esta explanação: “Descerá sobre
ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por
isso, também o ente santo que há de nascer será chamado o Filho de Deus” Lc.1:35.
Este (o que haveria de nascer) é a imagem do Deus invisível (...) Porque
aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” da Divindade, Cl.1:15-19;
2:9. Veja a disposição de Cristo ao aceitar o desafio da redenção do seu povo:
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
antes, a si mesmo se esvaziou (deixou de lado sua glória celestial por um breve
tempo), assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e
reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até
a morte e morte de cruz” Fp.2:5-8. Dessa
maneira, Ele demostrou a intensidade do seu amor para com o seu povo. “Ninguém
tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor de seus amigos”
Jo.15:13.
Segunda: Ele teria de ser
“nascido sob a lei”. Isto é, sob a obrigação de prestar uma obediência
imaculada à esta lei. Ele teria de ser como o cordeiro nos sacrifícios do
Antigo Testamento: “sem defeito e sem mácula” 1Pe.1:19. Estando totalmente
livre de qualquer pecado pessoal, Ele tinha as condições necessárias para
“carregar, ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados”
1Pe.2:24. “Porque, como, pela desobediência de um só homem (Adão), muitos se
tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só (Cristo),
muitos se tornarão justos”- em virtude da perfeita obediência, Rm.5:19. Essa
obediência de Cristo é imputada (atribuída) a todos os que nele creem, por isso,
podemos confessar: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por
meio do nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente
acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” Rm.5:1-2.
À luz dessas verdades, qual deve
ser a nossa disposição? Reconhecemos que fomos comprados (redimidos) por bom preço.
Portanto, pesa sobre nós o dever de glorificar
a Deus no nosso corpo e no nosso espírito, os quais pertencem a Deus,
1Co.6:20.
3 A Conquista de seu Nascimento: “A fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” Cristo veio para o que era seu (o povo de Israel) e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. 1Jo.1:11-13. A nossa salvação, desde o início e até o fim da nossa vida, é um ato da soberana misericórdia de Deus. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” Rm.5:8.
Mas, como podemos saber, com certeza, que somos os filhos que o próprio Deus adotou por meio de Jesus Cristo? Ef.1:5. “E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!”. É o Espírito Santo em nós que nos dá esta certeza: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” Rm.5:5. “O Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” Rm.8:16. Essa testificação nos faz sentir a realidade do amor paternal de Deus para conosco, pela qual conseguimos clamar: Aba, Pai! - um clamor de reconhecimento. “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” 1Jo.3:2. Aba Pai é um hebraísmo que intensifica a realidade do amor do Pai para com o seu povo. Cristo, quando orou no jardim de Getsêmani, usou este vocábulo: “E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres” Mc.14:36. Como é precioso poder testemunhar do amor de Deus para conosco. “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” 1Jo.4:16.
Conclusão: Esta é a
mensagem do Natal: que Deus, por amor a nós, pecadores, “enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a
fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou
Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.” Que
possamos ter esse clamor filial, porque a certeza da nossa salvação depende
desta intimidade com Deus. Desejamos que este Natal possa conduzir cada um de
nós para uma comunhão mais pessoal “com o Pai, e com seu Filho, Jesus Cristo”.
IJo.1:3. Amém.
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