Rev. Ivan G. G. Ross
Leitura
Bíblica: Lucas 1:76-79
Introdução:
Podemos conhecer a história da vinda e do nascimento de João Batista pela
leitura de Lucas 1:8-25, 57-66. Agora, na leitura que acabamos de fazer, vemos
Zacarias encurvado, contemplando seu recém-nascido filho, João Batista; e, de
repente, ele exclama, com uma voz cheia
de louvor e gratidão: “Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque
precederás o Senhor (Jesus Cristo), preparando-lhe os caminhos” (V.76). Esse
ministério preparativo de João Batista abordaria três assuntos principais: a)
Anunciar que o prometido Messias, Jesus Cristo, estava à porta, pronto para dar início a seu ministério
redentor; b) Despertar a consciência do povo quanto ao seu estado pecaminoso e
à necessidade de um arrependimento que produz o abandono do pecado; c) Dar
conhecimento da salvação e da acessibilidade dela mediante uma fé verdadeira na
obra redentora de Jesus Cristo. Agora, estamos prontos para ouvir a respeito da
Esperança Natalina.
1.
A Prontidão de Jesus Cristo. “Vindo, porém, a plenitude do tempo (quando
todos os preparativos estavam no devido lugar), Deus enviou seu Filho, nascido
de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de
que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl. 4:4-5). Devemos lembrar que ao dar o
seu Filho unigênito, Deus estava demonstrando a sua “entranhável misericórdia”
para conosco, pecadores; uma misericórdia que emanava das profundezas de seu
interior.
Devemos
meditar sobre a prontidão de Jesus Cristo “para dar a sua vida em resgate por
muitos” (Mc 10:45). É mui comovente sentir, de uma maneira pessoal, que Cristo
“ me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl. 2:20). E ouvir o testemunho do
próprio Cristo: “ Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas ...
Ninguém a tira de mim, pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (Jo.
10:11,18). Cristo afirmou: “ Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém
a própria vida em favor de seus amigos. Vós sois os meus amigos, se fazeis o
que eu vos mando” (Jo. 15:13-14).
Devemos
também pensar sobre o preço que Cristo pagou a fim de realizar a nossa
redenção, libertação da pena da morte que pairava sobre cada um de nós, os
pecadores. O Apóstolo usou estas palavras tocantes: “Pois Ele (Jesus Cristo),
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
antes, a si mesmo se esvaziou assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens, a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente até a morte e morte de cruz” (Fp. 2:6-8). E, se
perguntarmos: por que a cruz? Respondemos: Esta foi a única maneira para
resolver o problema do pecado. “Aquele que não conheceu o pecado, ele (Deus o
Pai) o fez pecado por nós; para que nele (Cristo Jesus), fôssemos feitos
justiça de Deus” – feitos aceitáveis diante do Pai (2Co. 5:21). Em virtude da
morte substitutiva de Cristo, podemos confessar: “Nele, temos a redenção, pelo
seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef. 1:7).
Agora à luz dessas verdades, qual é o nosso dever? “Porque fostes comprados por
bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os
quais pertencem a Deus” (1Co. 6:20).
2.
A Proposta de Jesus Cristo. . Cristo revela a realidade da sua obra
redentora, iluminando o entendimento dos que “jazem nas trevas da sombra da
morte” (V.79ª). A pessoa que jaz nas trevas está numa situação de desesperança
e de perdição, tem olhos para ver, mas não enxerga e nem entende os valores
espirituais. Essa é a situação do pecador que não tem Cristo direcionando a sua
vida. E, sem a intervenção soberana da parte de Deus, todos nós permaneceríamos
nas trevas da perdição. Mas Cristo veio para nos dar esperança, dizendo: “Eu
sou a Luz do mundo; quem me segue não
andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo. 8:12).
Cristo é o dom de Deus para pecadores. Quando Jesus veio à terra de Zebulom,
terra de Naftali, “o povo que jazia em trevas viu grande luz; e aos que viviam na região e
sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” (Mt. 4:15-16).
Porém,
na realidade, qual é a atitude do pecador diante da pessoa de Jesus Cristo, a
luz do mundo? “O julgamento é este: que a luz (Jesus Cristo) veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do
que a luz, porque as suas obras eram más”(Jo. 3:19). Contudo, ouça a palavra de
Cristo: “Em verdade em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna”
(Jo. 6:47).
Eis
a proposta de Cristo: se alguém se aproxima de Jesus Cristo, crendo em sua obra
redentora, será recebido por Deus. “Entretanto, devemos sempre dar graças a
Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o
princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade, para
o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória
de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Ts. 2:13-14). Graças a Deus por sua
“entranhável misericórdia”. “Ele nos libertou do império das trevas e nos
transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1:13).
3.
A Proteção de Jesus Cristo. Cristo nos protege, dirigindo “os nossos pés
pelo caminho da paz” (V.79b). Mas como é que ele dirige a nossa vida? A
resposta é: “Pelo Espírito Santo que nos foi outorgado” (Rm. 5:5). Ou, como o
Apóstolo perguntou: “Não sabeis que sois santuários de Deus e que o Espírito de
Deus habita em vós?” (1Co. 3:16). E Cristo prometeu: “Quando vier, porém, o
Espírito da verdade, ele vos guiará a toda verdade; porque não falará de si
mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido” (Jo. 16:13). Agora, a ordem é esta:
“Digo, porém, andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da
carne ... Se vivemos no Espírito,
andemos também no Espírito” (Gl. 5:16,25). E, para fortalecer a nossa
confiança, está escrito: “Pois todos que
são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm. 8:14). Dessa
maneira, Cristo dirige os nossos pés
pelo caminho da paz.
Sabendo
que o Espírito Santo é o dom que Deus nos dá, perguntamos: Quando é que
recebemos o Espírito Santo em nossa vida? Eis a resposta da Bíblia: “Depois que
ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele
também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o
penhor da vossa herança até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua
glória” (Ef. 1:13-14). A habitação do Espírito Santo em nossa vida é a prova e
a garantia da nossa salvação. “E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse
tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto
por causa do pecado, mas o Espírito (que habita em nós) é vida por causa da
justiça”- uma justiça adquirida por nós mediante a morte substitutiva de Jesus
Cristo, (Rm. 8:9-10). Cristo veio para dirigir os nossos pés pelo caminho da
paz. Por essa razão, veio “uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e
dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens, a
quem ele quer bem” (Lc. 2:13-14).
Conclusão:
O que é Esperança Natalina? Ela está na história de como Deus “nos suscitou
plena e poderosa salvação”, mediante o envio de seu Filho unigênito. A esperança
dessa salvação nasce quando cremos que Cristo veio a este mundo, de acordo com
a promessa profética, para buscar e
salvar pecadores tais como cada um de nós. Como Ele mesmo testificou: “Eu vim
para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo. 10:10). Ele veio como a luz
do mundo, a fim de iluminar os nossos olhos espirituais, para que pudéssemos
conhecer o plano da salvação. Ele veio para dirigir os nossos pés para a fonte
desta salvação, para que crendo, pudéssemos experimentar paz com Deus. Eis a
promessa para aqueles que crêem, de coração, em Cristo Jesus como o seu Senhor
e Salvador: serão salvos; e o resultado será: “Bondade e misericórdia
certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do
Senhor para todo sempre” (Sl. 23:6). Tenha um Feliz Natal, com Cristo dirigindo
a sua vida, a esperança da glória, (Cl. 1:27).
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