Vasos de Honra

sábado, 26 de julho de 2014

OS REDIMIDOS NA GLÓRIA



Leitura Bíblica: Apocalipse 7:9-17

Introdução: Todos nós desejamos saber como será a nossa vida no céu. O sétimo capítulo de Apocalipse nos dá um relance de algumas das atividades que nos aguardam. Devemos entender que o nosso conhecimento dessa realidade é muito limitado, porque Deus é servido em não nos dar maiores detalhes. Como a Bíblia diz: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (ICo. 2:9). Portanto, temos que ser cuidadosos para não ultrapassar o que está revelado nas Escrituras Sagradas.

Na primeira parte do capítulo, vs. 1-8, vemos uma cena do que está acontecendo aqui na terra. Um anjo está segurando os quatro ventos que estão prontos para castigar os habitantes da terra. Porém, nada, em termos escatológicos, pode acontecer até que todos “os servos do nosso Deus” sejam arrebanhados e preparados para a vida eterna. Contudo, haverá certos sinais que indicam a aproximação desse Dia. Por isso, Cristo disse: “Ora, ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc. 21:28). Na segunda parte do capítulo, vs. 9-17, podemos visualizar e sentir o que está acontecendo no céu:

1. A Extração dos Redimidos, v. 9a. Uma “grande multidão que ninguém podia enumerar” foi extraída do mundo inteiro, “todas as nações, tribos, povos e línguas” são representadas nessa profusão dos redimidos do Senhor. Este é o fruto visível da pregação do Evangelho, uma obra que tem que continuar, porque a consumação dos séculos ainda não chegou.

A história do progresso do conhecimento de Deus no mundo foi sempre embasada na esperança da vinda do Messias, o prometido Salvador de pecadores, que feriria o causador de todos os males espirituais, (Gn 3:15). “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 Jo.3:8). Através desse ministério de Cristo, serão “benditas todas as famílias da terra” (Gn. 12:3). Eis o incentivo para  pregar o Evangelho; temos vidas para colher que serão parte dessa “grande multidão” que se encontra diante do trono de Deus.

No início do século 19 aqui no Brasil, o Evangelho começou a ser anunciado com uma intensidade mais concentrada. Certamente seria impossível descobrir quantos brasileiros estão agora no meio daquela grande multidão de pessoas que estão “diante do trono e diante do Cordeiro”. Por isso cantamos: “Ao Deus eterno, Criador, mil graças tributemos, por tantos anos de labor, a nossa gratidão” (HNC -59). Mas essa obra não pode parar, pois a ordem do Senhor “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” nunca foi revogada, (Mc. 16:15). Sejamos instantes na oração, “para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho” (Ef. 6:19).

2. A Exposição dos Redimidos, v. 9b. Essa grande multidão dos salvos é exposta para a nossa admiração, cada cristão particular é um troféu da misericórdia do nosso Deus. Eles estão “em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas com palmas nas mãos”. Uma grande nuvem de testemunhas; são os justos aperfeiçoados, (Hb. 12:1,23). O Salmista perguntou: “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar?”. Existe uma única resposta: “O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente. Este obterá do Senhor a benção e a justiça do Deus da sua salvação” (Sl. 24:3-5). Essa benção é o direito de estar “em pé diante do trono e diante do Cordeiro”. E a justiça é a vestidura das perfeições de Jesus Cristo que nos fazem aceitáveis diante da santidade de Deus. As vestes brancas simbolizam a sua pureza. E as palmas nas mãos são sinais de sua vitória, porque venceram “ o Maligno” (1Jo. 2:13). Feliz a pessoa que pode confessar: “ Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação”. (Is.12:2).

3. A Exclamação dos Redimidos, v.10. Ao entrarem no céu, os redimidos receberam as vestes brancas, próprias para uma nova vida, e, em seguida, foram conduzidos para estarem diante do trono e diante do Cordeiro. Tudo isso causou um impacto indelével sobre a consciência daquela multidão. De uma maneira completamente nova, compreenderam que foram salvos por um ato soberano da parte de Deus, por isso, a exclamação espontânea: “Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação”. Sentimos a exclusividade dessa salvação. Não há nenhuma multiplicidade de autores. Como a Bíblia assevera: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador. Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir” (Is. 43:11-12). Jesus Cristo é reconhecido como o único Senhor e Salvador. Por isso o Ap. Pedro declarou: “E não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At. 4:12).

Os hereges negam a unicidade e a exclusividade de Cristo para salvar, totalmente, pecadores. A mensagem deles é sempre: Cristo e uma obra humana; ou seja, Cristo sozinho não pode salvar a ninguém, é necessário acrescentar algo da nossa parte. Esses acréscimos podem ser o batismo, ou a prática de obras, ou restrições quanto a “comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados”, ou ainda: “Não manuseies isto, não proveis aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens” (Cl. 2:16,21-22). É como alguns indivíduos da Judéia ensinaram: “Se não vos circuncidares segundo o costume de Moisés, não podereis ser salvos” (At. 15:1). Qual é a conseqüência de submeter-se a um desses acréscimos? “Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar (ou adotar qualquer outra obra humana), Cristo de nada vos aproveitará. De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. De Cristo vos desligaste, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes” (Gl.5:2-4). A Bíblia pede uma única disposição da nossa parte a fim de sermos salvos: Crer, de coração, que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, e que foi sepultado e ressuscitado ao terceiro dia” (1Co. 15:3-4). E, que “está assentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos”, (Credo Apostólico, com At. 1:10-11;17:31). “Pois  desta  maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2. Pe.1:15).

4. A Expansão dos Redimidos vs. 11-12. O número dos habitantes no céu é expandido com a presença de anjos e outros seres celestiais. Os anjos ajudaram o povo de Deus enquanto viviam aqui na terra, agindo como “espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb. 1:14). Agora, no céu, os anjos estão observando o procedimento desses herdeiros da vida eterna e escutando a sua exclamação a respeito do Autor dessa salvação. Ao ouvirem a declaração de reconhecimento, todos os anjos, em uma só voz, dizem: “Amém”. Eles também reconhecem que pecadores são salvos somente pela soberana graça de Deus, por isso, acrescentam suas vozes em louvor e adoração, dizendo: “O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graça, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém”. Notemos que todas as partes dessa adoração se referem à intervenção de Deus na salvação de pessoas. No céu, homens e anjos dão glória a Deus por sua misericórdia demonstrada na salvação de pecadores.  

5. A Explanação dos Redimidos vs 13-15a.  Não apenas os anjos estão contemplando os redimidos, mas, também, uma outra classe de seres celestiais, chamados “os anciões”. Pairando na mente do Ap. João está implícita uma pergunta. Por isso, um dos anciões vem para lhe dar a devida explanação. “Estes que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?” Na resposta do ancião, ele menciona quatro fatos que fizeram parte da experiência dos redimidos: a) A “grande tribulação” se refere a todas as dificuldades, perseguições cruéis e tentações que questionam o valor de se continuar na prática da fé cristã. Contudo, cada um nessa grande multidão venceu e agora eles estão desfrutando da bem-aventurança da sua firmeza. Convém lembrar da palavra do Apóstolo: “Fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At. 14:22). b) Como é que essa multidão alcançou a devida pureza necessária para entrar no céu? “Lavaram as suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”. A Bíblia dá muita ênfase ao valor do sangue precioso de Jesus Cristo, porque ele, e somente ele, tem o poder para “nos purificar de todo pecado” (1Jo. 1:7). c) A eficácia do sangue de Cristo na vida dos redimidos é a “razão por que (eles) se acham diante do trono de Deus”. “Eles, pois, o venceram (o acusador dos nossos irmãos) por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap. 12:11). Confiança no poder purificador do sangue de Cristo e o testemunho audível dessa certeza nos dão força para não temer a morte e vencer todos os obstáculos na vida cristã. d) Qual será a nossa atividade no céu? Tudo se resume nesta frase: Demonstramos a nossa gratidão a Deus pela dádiva da salvação através de uma obediência incessante. “E o servem de dia e de noite no seu santuário” – como os seus sacerdotes, (1Pe. 2:9).

6. A exultação dos remidos. vs 15b -17. O ancião continua a sua explanação, mas, agora, descreve alguns motivos que os redimidos têm para fruir uma exultação que jamais terá fim. a) O primeiro motivo é uma proteção. O ancião está fazendo um tipo de comparação. Aqui, na terra, os cristãos ficaram expostos a todo tipo de mal, porém, no céu, não terão nada dessas coisas, porque estão debaixo de um tabernáculo, de uma tenda protetora. “E aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo”. b) Debaixo desse tabernáculo é providenciado um conforto total aos redimidos. O que aconteceu contra eles na terra, jamais sucederá no céu. “Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum”. O céu é gloriosamente diferente do que a vida na terra. c) Por que os redimidos têm toda essa proteção? “Pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida”. Sob a liderança guiadora de Cristo, os redimidos experimentam a plenitude da vida celestial, nada faltando. d) Entendemos que alguns chegarão no céu com os olhos molhados de lágrimas por causa de sofrimentos amargos que a morte lhes trouxe. Mas estes vão experimentar a mão carinhosa de Deus enxugando “dos olhos toda lágrima”. Sim, os redimidos têm muitas razões para exultar no céu, pois, “eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram” (Ap. 21:3-4).

Conclusão: O livro de Apocalipse foi escrito para consolar e encorajar os cristãos que passam por dificuldades angustiantes na prática da sua fé. A leitura que acabamos de explicar deve alimentar o nosso anseio de estar com o Senhor, que é infinitamente melhor do que qualquer experiência aqui na terra. Que cada um de nós estejamos preparados para o nosso encontro com o Senhor.



Rev. Ivan G. G. Ross

segunda-feira, 21 de julho de 2014

ESTAMOS NA FÉ?




“Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé” (2 Co. 13:5).

Muitas das mensagens que se ouvem nas Igrejas são exposições, ensinando como o povo deve se comportar na prática de uma ética cristã. Contudo, apesar de ouvir tantas exortações claras para praticar o que se ouve, especialmente no que se refere ao nosso relacionamento com os demais membros da Igreja, não estamos ouvindo de um convívio harmonioso entre os circunstantes. Somos exortados para que o nosso “amor seja sem hipocrisia”. Pois o amor não pode ser de ânimo dobre, falando com a boca, porém, agindo ao contrário, (Rm. 12:9). Mas, na prática, estamos amando com alegria e singeleza de coração? (At. 2:46). Pelo que se ouve entre os membros da Igreja, não é bem assim. Somos exortados: “amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm. 10:12). Mas esse princípio está sempre entre nós? Parece que não. Sabemos que rixas, fofocas, rivalidades e críticas são bastante comuns em todos os departamentos da Igreja. Por que as exortações éticas não estão surtindo o devido efeito? Será que estamos lidando com um povo que ainda não “está na fé”, que nunca teve a experiência de um encontro salvador e santificador com Cristo Jesus?

O Apóstolo está respondendo essa pergunta no texto escolhido para a nossa mensagem. “Examinai-vos a vós mesmos (e não uns aos outros, como é o costume de muitos) se realmente estais na fé”. É de suma importância que descubramos a respeito do nosso estado espiritual. Afinal, existem apenas duas possibilidades, ou estamos na fé ou estamos entre os “reprovados”. Não existe um meio termo, só é possível estar ou em um estado ou em outro.

Mas como podemos fazer esse auto-exame? Ofereço algumas perguntas que devem receber uma resposta honesta, pois estamos lidando com o nosso destino na eternidade.

1. Você tem uma preocupação espiritual? Milhares de pessoas não têm nenhuma inquietação quanto ao destino de sua alma depois da morte. Vivem como as pessoas nos dias de Noé: “Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento”, enfim, viviam uma vida mais ou menos normal, porém, sem nenhum cuidado em favor de sua alma; aquela parte do ser que jamais deixará de existir. Mas, qual foi o fim dessas pessoas tranqüilas e omissas? Elas não perceberam a insensatez da sua negligência “senão quando veio o dilúvio e os levou a todos” para uma eternidade onde “haverá choro e ranger de dentes” (Mt. 24:38-39; 22:13). E o que pode ser dito com respeito ao homem que alcançou uma certa prosperidade e disse à sua alma: “tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come, bebe e regala-te”? A palavra de Deus para aquele homem egocêntrico foi: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma” (Lc. 12:16-21). Não viva sem pensar na sua alma e onde ela estará na eternidade. Cristo advertiu: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo: arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1:15). E o Apóstolo acrescentou: “Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb. 2:2-3). Os dias do homem são incertos, por isso: “Eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2Co. 6:2). Não a perca!

2. Você está tentando salvar-se a si mesmo pelas obras da lei de Deus? Você já demonstrou que tem uma preocupação pelo estado de sua alma; mas, agora, está tentando resolver o seu problema mediante os seus próprios esforços. Essa atitude foi a ruína dos judeus. “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus (o que Deus requer do homem para que seja salvo) e procurando estabelecer a sua própria (vontade para se salvar), não se sujeitaram à que vem de Deus ( o que Ele colocou nas Escrituras Sagradas). Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm. 10:3-4). Convém lembrar o que a Bíblia estabelece: “Sabendo, contudo, que o homem não é justificado (salvo) por obras da lei e sim mediante a fé em Jesus Cristo”. E o Apóstolo acrescentou: “Também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados por fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado (inocentado e recebido por Deus)” (Gl. 2:16). Seja prudente, ande no caminho que Deus lhe deu em Cristo Jesus.

3. Você sabe como pode ser salvo? Eis o resumo em toda a sua simplicidade acessível. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).Crer em Cristo significa que entendemos a razão da sua morte na cruz. Ele, como fiador do seu povo, pagou toda a sua dívida diante da lei de Deus, que foi incorrida pela transgressão dessa mesma lei. Crer em Cristo significa que o pecador sente a culpa de seu pecado, arrepende-se dele e o confessa, pedindo o perdão. Crer em Cristo significa vir e descansar na veracidade de sua promessa de um perdão inteiramente gratuito. Tudo se resume nesta palavra: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 Jo. 5:11-12). Não demore, venha a Cristo e receba já a sua salvação. Cristo prometeu: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo. 6:37).

4. Você tem certeza da sua conversão? Cristo ensinou: “Não pode a árvore boa (o pecador convertido) produzir frutos maus, nem a árvore má (o pecador não convertido) produzir frutos bons. (...) Assim, pois, pelos frutos os conhecereis” (Mt. 7:18, 20). Quais são alguns desses frutos?  Aquele que crê em Jesus Cristo foi “selado com o Santo Espírito da promessa” (Ef. 1:13). É Ele que opera em seu povo as evidências da sua conversão. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl. 5: 22-23). Você está vivendo a realidade da sua conversão? “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito servindo ao Senhor” (Rm. 12:11).

5. Você tem uma vida santa e irrepreensível? Deus escolheu o seu povo para que tivesse um padrão de comportamento. Esta é a evidência infalível da sua eleição. O Apóstolo afirmou: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as cousas antigas (os costumes impuros) já passaram; eis que se fizeram novas (uma vida santa e irrepreensível)” (2Co. 5:17). A santidade é de tal modo necessária que, sem ela, ninguém verá o Senhor, (Hb.12:14). Cristo ensinou: “Assim brilhe também a vossa luz (a vossa santidade) diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras (as evidências da vossa santidade) e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5:16).

6. Você está usando os meios da graça? Este termo é composto de pelo menos cinco elementos: leitura diária das Escrituras Sagradas, (Jo. 5:39; 1Tm. 4:13); oração incessante, (At. 12:5; 1Ts. 5:17); assiduidade nos cultos da Igreja, (At. 2:46; Hb. 10:25);  participação da Ceia do Senhor, (At. 20:7; 1Co. 11:26); e, respeito ao Dia do Senhor com o devido descanso, seguindo o exemplo de Deus, (Is. 58:13-14; Hb. 4:4; Ef. 5:1). Com a devida observância desses recursos, o cristão crescerá na graça e no conhecimento do seu Senhor e Salvador, (2Pe. 3:18). Deus deu esses meios para o nosso desenvolvimento espiritual, portanto, não seja negligente naquilo que Deus lhe deu para a segurança da sua alma.

7. Você vive em plena comunhão com Cristo, ou seja, em plena dependência de seu sustento? Ele mesmo disse: “Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto (a presença do fruto do Espírito Santo); porque sem mim nada podeis fazer” (Jo. 15-4-5). Como o ramo depende da seiva que recebe do tronco, assim, o cristão depende da sua união com Cristo para viver e frutificar para a glória de Deus. O Ap. Paulo experimentou a realidade dessa comunhão, por isso, podia confessar: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl. 2:19-20). Você tem esse tipo de comunhão com Cristo? Então aplique-se ao devido uso dos meios da graça para experimentar toda sorte de benção espiritual em sua vida.

8. Você tem uma vida consagrada a Deus? Cada cristão sente que é um devedor diante de Deus por causa das inúmeras bênçãos recebidas. Por isso, paira sobre a sua mente uma pergunta: “Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” (Sl. 116:12). O Ap. Paulo deu esta resposta: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Mas como essa oferta deve ser feita? O Ap. continua: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:1-2). Consagração a Deus significa que Ele tem toda a liberdade para moldar a vida de seu povo de acordo com a sua própria vontade. A sua vida está sendo moldada pela palavra de Deus ou pelas influências deste século? Deus  quer direitos totais sobre a vida de seu povo.

9. Você está servindo a Cristo? Este serviço obrigatório é realizado mediante o amor aos irmãos na fé. Como Cristo disse: “Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Quando um cristão cuida do esfomeado, sedento, desabrigado, desvestido ou encarcerado, é um ato de amor aceitável a Cristo. Este serviço aos irmãos na fé, quando feito inconscientemente, é reconhecido como se fosse feito ao próprio Cristo. É importante observar que este amor específico será o padrão usado para estabelecer a diferença entre aquele que serviu a Cristo e aquele que serviu os seus próprios interesses, (Mt. 25:31-46). “ E ele (Cristo) morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Co. 5:15).

10. Você anseia pela Vinda de Cristo? O Ap. Paulo vivia na expectativa da Vinda do Senhor. Por quê?  Entre outras razões, porque é o Dia quando Jesus Cristo “há de julgar os vivos e os mortos, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2Tm. 4:1; 2Co. 5:10). Para o Apóstolo, este Dia seria o momento para receber a sua recompensa por seu serviço a Cristo. “Já agora a coroa de justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia”. E, para o consolo do povo de Deus, ele logo acrescenta: “E não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm. 4:8). A Bíblia encerra a sua mensagem, registrando o anseio do povo salvo por Cristo: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap. 22:20).


Conclusão:  Reconhecemos que a Igreja visível é composta de “joio no meio do trigo”, e, “os maus entre os justos” (Mt. 13:25, 49). É de suma importância que você saiba já se está “realmente na fé”. O Dia do Juízo é autorizado para declarar o seu estado na eternidade e não para oferecer uma segunda oportunidade para se fazer as pazes com Deus. “Eis agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2 Co. 6:2). Não brinque com o destino da sua alma!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O SER HUMANO




Leitura Bíblica: Salmo 8:1-4.

Introdução: Nos primeiros quatro versículos deste Salmo, temos dois contrastes marcantes. No primeiro, vs, 1-2, a magnificência do nome do Senhor e a simplicidade de crianças de peito. Aquele que tem o nome mais sublime “em toda terra”, um nome que está acima de toda a terra, é servido em usar a “ boca  de pequeninos” para suscitar força e para fazer “emudecer o inimigo e o vingador”. Jesus citou o segundo versículo para repreender “os principais sacerdotes e os escribas”. O que a liderança religiosa não estava fazendo, Deus usou “meninos” para proclamar e cantar: “Hosana ao Filho de Davi”, pois reconheceram e acreditaram na messiandade de Jesus Cristo, (Mt. 21:14-16).

No segundo contraste, vs 3-4, vemos a vastidão do universo, que proclama a glória de Deus, e a pequenez do homem, que nem sempre glorifica a Deus como Deus. Aquele que criou tal grandeza tem a condescendência de conceder uma preferência especial para o homem pecador. Quando o pecado entrou no mundo, Deus preferiu salvar homens e não anjos, “Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão”, ou seja, “filhos da promessa, como Isaque” (Gl. 4:28).

Mediante o propósito desses dois contrastes devemos estar preparados para meditar sobre o significado da pergunta no versículo quatro. “Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?”.

1. O Estado do Homem. “Que é o homem?” Podemos responder essa pergunta através do exame de dois de  seus estados: Inocência e Culpa.

a) O seu estado de inocência. O próprio Criador nos dá esta gênese: primeiro, a decisão divina: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. E, logo em seguida, o ato: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn. 1:26-27). A Bíblia revela que esta imagem é composta de, pelo menos, quatro elementos: “justiça e retidão”,  (Ef. 4:24); “pleno conhecimento” (Cl. 3:10); e, “ a norma da lei gravada no seu coração” (Rm. 2:15). No início, mediante a devida prática desses quatro elementos, o homem desfrutava de plena comunhão com o seu Criador.

b) O seu estado de culpa. A Bíblia registra: “Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (Ec. 7:29). A sua primeira astúcia foi um ato de flagrante desobediência contra a lei que fora gravada indelevelmente sobre o seu coração. “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:16-17). Contudo, ele desobedeceu e comeu da árvore proibida, (Gn. 3:6). Quais foram as conseqüências imediatas dessa transgressão da lei de Deus? Adão e Eva “decaíram de sua retidão (inocência) original e da comunhão com Deus, e, assim, tornaram-se mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as faculdades e partes do corpo e alma. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito de seus pecados foi imputado a seus filhos, e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária. Desta corrupção original, pela qual ficamos, totalmente indispostos, incapazes e adversos a todo bem e inteiramente inclinados a todo mal, é que procedem todas as transgressões atuais” (Confissão de Fé, 6:2-4). Neste estado, o homem tem uma “inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rm. 8:7). Como é triste o estado do homem em sua culpa. “Como está escrito: não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há que faça o bem, não há nem um sequer. (...) Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Rm. 3:10-12,18).  Essas verdades sombrias nos preparam para ouvir, com gratidão, as verdades que se seguem.

2. O Estímulo do Homem. “Que dele te lembres?”. Apesar do nosso estado de culpa, fomos criados à imagem de Deus, por isso, Ele não se esquece de nós. Essa verdade nos foi revelada a fim de nos estimular e nos encorajar em nossa vida espiritual. Muitas vezes, as lembranças do Senhor se acham em contextos onde o seu povo se encontra em grandes dificuldades. Quando o Senhor viu Israel sofrendo no Egito, Ele disse a Moisés: “Ainda ouvi os gemidos dos filhos de Israel, os quais os egípcios escravizam e lembrei da minha aliança” (Ex. 6:5). E essas lembranças são sempre demonstradas por uma ação de salvamento. “Portanto, dize aos filhos de Israel: eu sou o Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas do Egito, e vos livrarei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento” (Ex. 6:6). Anos mais tarde, quando Israel pecou contra o Senhor e foi levado ao cativeiro, eles receberam esta direção: “Se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por bem o castigo da sua iniqüidade, então, me lembrarei da minha aliança com Jacó, e também a minha aliança com Isaque, e também a minha aliança com Abraão e da terra me lembrarei” (Lv. 26: 41-42). Como podemos explicar essas lembranças do Senhor? Ele mesmo responde: “Antes, por amor deles, me lembrarei da aliança com seus antepassados, que tirei da terra do Egito à vista das nações, para lhes ser por Deus. Eu sou o Senhor” (Lv. 26:45). Deus age em favor de seu povo porque Ele o ama.

Zacarias, o pai de João Batista, ao perceber o cumprimento das profecias messiânicas, confessou que Deus estava lembrando “da sua santa aliança e do juramento que fez a Abraão” (Lc. 1:72-73). Novamente, essa lembrança está no contexto de uma grave necessidade espiritual, quando os homens se encontravam perdidos por causa de seus pecados. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). Sim, o pecado de seu povo foi julgado quando Cristo deu a sua vida em resgate por muitos. Mas, o que podemos dizer a respeito dos pecados dos ímpios? Quando chegar o  Dia do Juízo Final, Deus se lembrará dos atos iníquos que eles praticaram, e cada um receberá a devida retribuição, (Ap. 18:5-6). À luz desse assunto, devemos orar: “Lembra-te, Senhor, das tuas misericórdias, e das tuas bondades que são desde a eternidade. Não te lembres dos meus pecados da mocidade, nem das minhas transgressões. Lembra-te de mim, segundo a tua misericórdia, por causa da tua bondade, ó Senhor” (Sl. 25:6-7). Podemos orar desta maneira, “pois no Senhor há misericórdia; nele copiosa redenção. É ele quem redime Israel de todas as suas iniquidades” (Sl. 130:7-8). As lembranças do Senhor são um forte estímulo para nós. Com isso em mente, estamos preparados para seguir até o próximo ponto.

3. O Esteio do Homem. “E o filho do homem, que o visites?” Eis o esteio que nos sustenta em todas as lidas difíceis da nossa vida: Deus tem prometido nos visitar e amparar quando pedimos o seu auxílio. “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sl. 50:15). Assim, podemos sempre dizer: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo, e nos suscitou plena e poderosa salvação” como prometera desde a antiguidade, (Lc. 1:68-69). Zacarias estava falando sobre a realidade da vinda de Cristo. Deus nos visitou em seu Filho, Jesus Cristo. O Apóstolo confessou: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl. 4:4-5). Eis a “plena e poderosa salvação” . Cristo, mediante a sua morte substitutiva, nos resgatou da lei e nos concedeu o poder de sermos feitos filhos de Deus, (Jo. 1:12). Devemos meditar, ponderadamente, sobre a maravilha dessas duas verdades. Todos nós nascemos debaixo da lei e da condenação. Quando Cristo nos visitou, Ele nos resgatou e nos libertou dessa condenação conduzindo-nos à vida eterna, onde somos reconhecidos como filhos, membros da família celestial. “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo” (2. Co.  2:14).

Podemos discernir a presença de Deus entre nós através de suas obras de providência. Como o Ap. Paulo comentou: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre os homens, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, deste o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Rm. 1:19-20). Assim, quando Cristo realizava milagres, a presença de Deus se manifestava, fazendo o povo confessar: “Deus visitou o seu povo” (Lc. 7:16). E, de modo semelhante, em relação aos gentios que ouviram e acreditaram no Evangelho, a sua conversão foi reconhecida como uma obra de Deus. Como o Ap. Pedro explicou: “Como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles (os judeus) um povo para o seu nome” (At. 15:14). Juntamente com o Salmista, confessamos ao Senhor: “Tu visitas a terra e a regas; tu a enriqueces copiosamente. (...) Coroas o ano da tua bondade; as tuas pegadas destilam fartura” (Sl.65-9,11).


Conclusão: Como são preciosas as verdades implícitas no versículo da nossa meditação. “Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?”. Embora sejamos “mais amigos dos prazeres que amigos de Deus” (2Tm. 3:4), Ele se lembra de nós, pois fomos criados à sua imagem e para a sua própria glória. Por isso, Ele nos visitou com uma “plena e poderosa salvação”, “pela qual nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1:13). Sim, feliz a pessoa que pode confessar por experiência própria: “O Senhor cuida de mim” – Ele se lembra de mim, (Sl.40:17).