Vasos de Honra

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Feliz Aniversário !!!

1963
No dia 28 de Fevereiro, alguém muito especial completa 80 anos ... Quantas vezes peguei o lápis e o papel, na tentativa de colocar em palavras o que essa pessoa significa, não só para mim, mas, também, para muitos que têm o privilégio de conhecê-lo e de conviver com ele! O que representam 50 anos de ministério aqui no Brasil? Foi muita determinação e persistência para anunciar o evangelho, apesar de sua luta com a gramática portuguesa... Quantas pessoas disseram que ele jamais aprenderia essa língua tão difícil, num país que era "o fim do mundo em primitividade"! Foi muita coragem para pregar em praças públicas, mesmo ameaçado por autoridades, até sob a mira de um pistoleiro ... São tantas igrejas e congregações pastoreadas, sempre tão sábio no falar e tardio no julgar, atencioso e dedicado, mas imparcial ... Sem mencionar as viagens de jipe e de fusca por estradas barrentas, de moto, até à cavalo (!) em seu entusiasmo apaixonado pela Junta de Missões Nacionais ... 

1963 - Ao embarcar para o Brasil.
São tantas experiências marcantes e inesquecíveis como professor de seminários e de cursos para missionários ... Que benção são seus livros e mensagens transcritas! Com seu jeitinho reservado, mas ao mesmo tempo paterno, quantos conselhos ponderados ele tem dado, pessoas atribuladas ajudado ... Em sua generosidade e altruísmo, reparte até o que não pode, sempre com uma balinha no bolso para as crianças, afinal, ele é o “Pastor da bala”...
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1965 - 2014


Não é a minha intenção engrandecer aqui o nome dele, pois jamais seria dele receber glórias e homenagens, ele é um servo de Deus, cumprindo a ordem de Cristo! Quero apenas agradecer a Deus por fazer parte da vida dele, por quem meu coração transborda de tanto amor e de orgulho...

Por tudo o que tem sido e feito, por tudo o que ainda será para centenas de pessoas, que Deus te abençoe ricamente, Rev. Ivan G. G. Ross, e te dê ainda muitos anos de vida, para continuar esse maravilhoso pastorado, testemunhando fielmente e trabalhando incessantemente para a glória do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.




A você ... meu muito obrigado !
Eu te amo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!   

Cristina, Rev. Ivan, Madalena, Samuel, Sandra.

Texto de: Cristina Isabel Ross de Moura

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

UMA ORAÇÃO - A CARTA AOS COLOSSENSES - estudo 2-



Leitura Bíblica: Colossenses 1: 9-14.

INTRODUÇÃO:
Devemos lembrar que a Igreja dos Colossos estava sendo assediada para se desviar da sua fé apostólica e aceitar uma heresia que negava a suficiência de Cristo para redimir e salvar pecadores. Estes falsos mestres ensinavam a necessidade de suplementar a obra de Cristo com a intervenção de anjos e, com  um “rigor ascético”, tal como, “não manuseeis isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro”. O Apóstolo combateu esta heresia estabelecendo a Deidade absoluta de Cristo, e, por inferência, provando o seu poder e autoridade para salvar, totalmente, o pecador que vem a Ele, buscando o perdão de seus pecados e a certeza da vida eterna.
Mas, antes de entrar no tema geral da Carta, o Apóstolo registrou a sua gratidão a Deus pela Igreja em Colossos. Agradeceu a Deus pelo Evangelho, porque muitas pessoas tinham se tornado cristãs pela fé em Jesus Cristo. Agradeceu a Deus pela Evolução do Evangelho, porque “todo mundo” ao redor de Colossos estava sendo alcançado pela boa notícia da salvação pela fé em Jesus Cristo. E, agradeceu a Deus pelo Evangelista Epafras, um ministro fiel a Cristo.
Nesta leitura de hoje, o Apóstolo registrou a síntese da sua oração em favor dos Colossenses. Oração não é apenas gratidão a Deus, as súplicas dos crentes são igualmente importantes. Através delas, participamos na extensão do reino de Deus, e, ao mesmo tempo, contribuímos para o encorajamento daqueles que estão diretamente envolvidos na pregação do Evangelho. O Apóstolo reconheceu esta participação dos membros da Igreja em Corinto, dizendo: “Ajudando-nos também vós, com as vossas orações a nosso favor” 2 Co. 1: 11. O Apóstolo que nos exortou, dizendo: “Orai sem cessar         , é o mesmo que disse: “Dando sempre graças a Deus, Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Jesus Cristo” 1 Ts. 5: 17; Col.: 2-3. O grande anseio do Apóstolo era que os crentes fossem capacitados para viver “para o inteiro agrado do Senhor”. Vamos sentir, juntamente com o Apóstolo, este mesmo desejo ao examinarmos sua oração.
1-     O Apóstolo Pediu pelo Crescimento Espiritual, V. 9. Quando o Apóstolo fez esta oração, pedindo que a Igreja transbordasse com pleno conhecimento da vontade de Deus, possivelmente, estava pensando em Oséias 4: 6. “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta conhecimento”. Por causa desta falta, o povo se torna presa fácil para aqueles que ensinam doutrinas perniciosas; e, estas já estavam entrando, sorrateiramente, na Igreja dos Colossenses. Por isso, o Apóstolo, sentindo a urgência da situação, registrou a sua reação: “Desde o dia em que ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis do pleno conhecimento da sua vontade”.
a)     Em que consiste este conhecimento da vontade de Deus? Por causa da amplitude do assunto, a nossa resposta tem que se limitar a dois versículos básicos. O primeiro versículo: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti: que pratique a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com teu Deus” Mq. 6: 8. Estes três itens podem ser considerados como um resumo do grande mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e, Amarás o teu próximo como a ti mesmo” Lc. 10: 27. Em primeiro lugar, humildade diante do Senhor significa: andar em plena sujeição à sua lei. Demonstramos o nosso amor ao Senhor através da nossa obediência à sua vontade. Adão se exaltou diante do Senhor, desobedeceu-o e perdeu o seu lugar de honra perante o Senhor. Em segundo lugar, a nossa responsabilidade é praticar a justiça quando lidamos com os interesses do nosso próximo; usando a misericórdia nos casos de desentendimentos. O segundo versículo: “Rogo-vos, pois, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” Rm. 12: 1-2. A plena compreensão do lugar da misericórdia de Deus em nossa vida deve nos conduzir a praticar os primeiros princípios de uma santidade particular, isto é, uma consagração voluntária da nossa vida ao Senhor para podermos oferecer a Ele um culto racional; um afastamento dos moldes deste século para que sejamos livres para ter uma mente renovada e moldada pelo poder do Espírito Santo, que usa e aplica o ensino das Escrituras Sagradas à nossa vida. Desta maneira, experimentaremos “qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
b)     Como este conhecimento da vontade de Deus deve ser utilizado. A orientação do Apóstolo é esta: “Em toda a sabedoria e entendimento espiritual”. Sabedoria é saber como usar o nosso conhecimento da vontade de Deus para a satisfação e a edificação da nossa vida espiritual. Assim, saberemos desmascarar os hereges e repudiar as suas doutrinas perniciosas. Inseparavelmente ligada à necessidade desta sabedoria está o “entendimento espiritual”. Entendimento espiritual significa: a compreensão, aceitação, e o recebimento de tudo, o que Cristo fez quando deu a sua vida em resgate por muitos. Entendemos e cremos que não há nenhuma necessidade para acrescentar à perfeição e à suficiência do sacrifício de Jesus Cristo. Aquele que pratica certas obras a fim de merecer a salvação, está desprezando a gratuidade da graça de Deus, e praticando o pecado de “profanar o sangue da aliança” e ultrajar “o Espírito da graça” Hb. 10: 29. (Os hereges em Colossos negavam a suficiência de Cristo para salvar pecadores). Salvação é recebida gratuitamente pela fé na suficiência do preço que Cristo pagou quando morreu pelos nossos pecados. Deus não é injusto e não cobra duas vezes o preço da nossa salvação. “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém, crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé é lhe atribuída como justiça” Rm. 4: 4-5.
2-     O Apóstolo Pediu Constância Espiritual, Vs.10-11. Nestes versículos, o Apóstolo apresenta os motivos desta oração: “A fim de viverdes de modo digno do Senhor”. Esta é outra maneira de dizermos que devemos viver de acordo com o conhecimento que temos da vontade de Deus. Relembramos o aspecto de vivermos humildemente diante do Senhor; e, praticando a justiça e a misericórdia para com o nosso próximo. Estas atitudes são a vontade de Deus. Viver “de modo digno do Senhor” requer uma constância de nossa parte, com os mesmos princípios de santidade se manifestando ininterruptamente. O Apóstolo menciona quatro áreas específicas onde esta constância e perseverança devem existir:
a)     “Para o inteiro agrado do Senhor”. É uma outra referência para viver de acordo com a “vontade do Senhor”. Devemos imitar “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” Fl. 2: 5. “Então, eu disse: eis aqui estou,... agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei” Sl. 40: 7-8. Notemos que este anseio para agradar a Deus era algo que emanava das profundezas de seu coração, e não uma mera formalidade sem qualquer envolvimento emotivo. Por isso, o Salmista exprimiu: “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” Sl. 19: 14. O Senhor tem um interesse especial em nós quando as palavras da nossa boca e o meditar (as palavras silenciosas) do nosso coração têm o propósito de agradá-lo.
b)     “Frutificando em toda boa obra”. Boas obras são os nossos atos de obediência às leis prescritas de Deus. Glorificamos a Deus através de nosso atos de obediência. O Ap. Pedro nos desafia, dizendo: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” 1Pe. 1: 14-16. “Frutificando em toda boa obra” tem o pensamento de progresso para ficar cada vez melhor. Como o Ap. Paulo confessou: “Não que eu tenha já recebido ou já tenha obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” Fl. 3: 12. Ou seja, quero ficar mais e mais à imagem de Jesus Cristo, Rm. 8: 29.
c)     “Crescendo no pleno conhecimento de Deus”. Não podemos nunca dizer: Basta, já cheguei; já tenho o suficiente para ser salvo. O Ap. Pedro entendeu a necessidade de adquirir mais conhecimento da natureza de Deus, exortando: “Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” 2 Pe. 3: 18. As riquezas da vontade de Deus são insondáveis, por isso, revelamos a sinceridade do nosso interesse espiritual quando nos esforçamos para crescer no conhecimento.
d)     “Sendo fortalecidos com todo poder, segundo a força da sua glória; em toda a perseverança e longanimidade”. A dádiva de sermos “fortalecidos” é uma experiência necessária e contínua a fim de termos a constância para permanecermos fiéis ao Senhor no meio das adversidades da vida. Os Colossenses, que foram assediados por falsos mestres, necessitavam da intervenção do poder de Deus, a fim de resistirem este assédio e permanecerem fiéis a Jesus Cristo, que os amou, dando a sua própria vida para que pudessem descansar na gratuidade da graça de Deus em Cristo Jesus. “Nós vos exortamos a que não demovais da vossa mente, com facilidade”, a sua confiança em Cristo para salvar, totalmente, pecadores, 2 Ts. 2: 2. “Sede fortalecidos no Senhor e na força de seu poder” Ef. 6: 10.
3-     O Apóstolo Pediu Contentamento Espiritual, Vs. 12-14. O Apóstolo dá muita ênfase à necessidade de caracterizar a nossa espiritualidade com atitudes de contentamento, sempre “dando graças ao Pai”. O Ap. Paulo confessou: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” Fl. 4: 11. Em nosso texto, o contentamento se refere, especificamente, à “herança dos santos na luz”, que é a salvação da nossa vida e a esperança de “habitar na Casa do Senhor para todo sempre” Sl. 23: 6. Assim, o Apóstolo passa a descrever como esta salvação começou em nossa vida.
a)     “Ele nos libertou do império das trevas”. Devemos reconhecer a miséria de todos aqueles que estão vivendo como prisioneiros no império das trevas. São “estranhos às alianças da promessa (da vida de um Salvador que iria libertá-los das trevas), não tendo esperança e sem Deus no mundo” Ef. 2: 12. Cristo, como aquele que é poderoso para libertar os cativos, entrou na sua prisão, quebrou as algemas, tomou-os pela mão e os conduziu para a liberdade. Agora, protegidos por Cristo, o império das trevas perdeu o seu domínio sobre eles.
b)     “Ele nos transportou para o reino do Filho de seu amor”. Não fomos tirados do reino das trevas e abandonados sozinhos, antes, a libertação nos garantiu uma segurança; fomos transportados para o império de Jesus Cristo, onde desfrutamos das bem-aventuranças dos filhos de Deus.
c)     Em Cristo, “temos a redenção”. Esta liberdade que agora temos, foi adquirida através do processo de um resgate, isto é, mediante ao pagamento do valor estipulado. “Sabendo que, não foi mediante cousas corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que os vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” 1  Pe. 1: 18-19.
d)     “Nele temos a remissão dos pecados”. Estávamos no “reino das trevas”, porque aquele é o lugar dos pecadores que ainda não são redimidos; mas, agora, pela soberania de Deus, estamos no reino de Cristo, porque fomos redimidos e todos os nossos pecados foram perdoados. O que acontece com os pecados que são perdoados? São lançados “nas profundezas do mar” Mq. 7:19. Eis a palavra do Senhor: “Eu, eu mesmo sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” Is. 43: 25. “Se , pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” Jo. 8: 36. Livres das consequências judiciais de nossos pecados; e livres para entrar, “confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” Hb. 4: 16.
Conclusão: Na medida do possível, devemos orar em favor da espiritualidade das nossas Igrejas. Há sempre uma necessidade para crescer no conhecimento da vontade de Deus. Por causa dos perigos espirituais, as Igrejas precisam desenvolver uma constância em suas convicções acerca da suficiência da obra redentora de Cristo, a fim de vencerem o assédio pernicioso dos falsos mestres. E, nestes dias de tantas inquietações, devemos cultivar um contentamento espiritual, descansando na suficiência do sacrifício de Cristo para garantir a nossa salvação. Não sejamos remissos quanto ao dever de dar “graças ao Pai” por todos os benefícios espirituais à nossa disposição.



sábado, 8 de fevereiro de 2014

UMA PROMESSA MESSIÂNICA



“Para sempre estabelecerei a tua posteridade e firmarei o teu trono de geração em geração” (Salmo 89:4).

Essa promessa foi dada a Davi. Na profecia original, notemos a insistência no uso do singular: “o teu descendente”, portanto, para um só, uma pessoa específica nos propósitos de Deus. A esse descendente foi dada a promessa: “E eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino” (2 Sm. 7:12-16). Somos obrigados a passar por cima dos descendentes naturais de Davi, visto que a perpetuidade deles foi impelida pela morte. E, para confirmar essa enfermidade, a própria monarquia davídica foi dissolvida pelo cativeiro babilônico, e,  até hoje, nunca mais se estabeleceu. A promessa a Davi falhou? De modo algum! Esse prometido “descendente” de Davi se refere a Jesus Cristo, “o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi” (Rm. 1:3). Assim, quando a sua vinda foi anunciada, a virgem Maria recebeu esta explanação: “Eis que conceberás e darás a luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc. 1:31-33). Cristo é o pleno cumprimento da promessa dada a Davi.

Essa promessa messiânica foi anunciada ao povo de Deus muitos séculos antes do seu cumprimento. Assim sendo, será que foi fácil aguardar “a consolação de Israel”? (Lc. 2:25).O Salmo 89 descreve a luta espiritual para manter acesa essa esperança. Em vez de ver a prosperidade do reino davídico, o Salmista reclamou ao Senhor: “Tu, porém, o repudiaste e o rejeitaste e te indignaste com o teu ungido”, até a dissolução de todos os sinais da dinastia davídica: “ deitaste por terra o seu trono” (Sl. 89:38-44). A fé do Salmista foi posta à prova por tantos indícios de futilidade, porém, a sua esperança na imutabilidade da promessa não se extinguiu. Ele termina confessando a sua confiança na soberania do Senhor:  “Bendito seja o Senhor para sempre! Amém e amém” (Sl. 89:52).  Na soberania de Deus, nem sempre nos é dado o privilégio de experimentar o pleno cumprimento de todas as suas promessas que alimentam o nosso coração. A carta aos Hebreus, falando sobre a fé dos nossos antepassados, registra: “Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa”. Deus tem estabelecido o momento certo, quando todo o seu povo desfrutará da plena compreensão das promessas, (HB. 11-39-40). À luz dessas demoras, o Ap. Paulo escreveu: “Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor; visto que andamos por fé e não pelo que vemos” (2Co. 5:6-7).

Agora, é importante que façamos uma pergunta necessária: Como podemos alimentar a nossa fé durante os tempos quando, aparentemente, Deus não está fazendo nada para apressar o cumprimento de suas promessas? O Salmista nos dá uma resposta segura, que nunca falhou. Devemos conhecer os atributos de Deus e meditar em cada um; tais como: as misericórdias do Senhor, a sua fidelidade e a sua benignidade. O Salmista tomou esta decisão: “Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó Senhor; os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade. Pois disse eu: a benignidade está fundada para sempre; a tua fidelidade, tu a confirmarás nos céus” (Sl. 89:1-2). Paulo e Silas receberam livramento enquanto “oravam e cantavam louvores a Deus (alegrando-se nos atributos)”. (At. 16:25). E, seguindo o mesmo exemplo, seremos plenamente realizados em todas as nossas esperanças espirituais.

Desde as primeiras promessas messiânicas do Antigo Testamento, o povo de Deus tinha que manter uma confiança na fidelidade de Deus para cumprir as suas promessas. Agora, no Novo Testamento, cremos que Deus já cumpriu essas promessas messiânicas. “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl. 4:4). Cristo não apenas veio ao mundo, mas também cumpriu a sua missão, dando a sua vida em resgate por muitos, (Mc. 10:45). “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele” (1Jo. 4:9). Em virtude da morte substitutiva de Cristo, todo o que nele crê, tem a redenção, o perdão de todos os seus pecados e a vida eterna, (Ef. 1:7).Independente de circunstâncias incompreensíveis, a nossa fé em Jesus Cristo permanecerá imperturbável, olhando firmemente para Ele, por que Ele é o Autor e Consumador da nossa fé, (Hb. 12). "Não temas, crê somente" e será salvo, (Lc. 8:50).

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

MOTIVOS DE AGRADECIMENTOS - A CARTA AOS COLOSSENSES - estudo 1-


Leitura Bíblica: Colossenses 1:1-8

INTRODUÇÃO:
Na igreja dos colossenses, houve a ameaça de uma heresia que negava a suficiência de Cristo para salvar pecadores, ensinando a necessidade de suplementar a obra salvadora de Jesus Cristo com “rigor ascético”, tal como “não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aqueloutro”. Paulo combate este problema no Capítulo 2:6-23. Portanto, o tema geral da Carta aos Colossenses é Cristo, o Mais – proeminente e o Todo – suficiente Salvador. “Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as cousas, quer sobre a terra, quer nos céus” Cl. 1:18-20.  No prefácio da Carta, podemos observar cinco pontos de interesse, Vs. 1-2.

a)     O remetente da Carta. “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, por vontade de Deus”. Como apóstolo, Paulo foi embaixador, o representante oficial de Jesus Cristo. Este cargo não foi alcançado por usurpação e nem por intermédio de homens: mas, sim, “por vontade de Deus”. A sua missão teve a sua maior expressão entre os gentios, obedecendo esta ordem: “Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios” At. 22:21. Ele era “ministro de Jesus Cristo entre os gentios” Rm. 15:16.

b)     O lugar de Timóteo. Ele não foi o co - autor da Carta e nem estava na prisão com o apóstolo. Contudo, estava em contato constante com Paulo, e, sabendo da sua intenção de comunicar com os Colossenses, Timóteo, apoiando o conteúdo da Carta, mandou também as suas saudações à Igreja.

c)     Os destinatários da Carta. “Aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos”. Notemos a dupla designação destes irmãos. São santos, são pessoas com uma vida santa e irrepreensível diante de Deus; são fiéis, pessoas que se converteram, e agora, têm um único anseio: aquele de serem achados fiéis a um só, Jesus Cristo, e com uma vida inteiramente consagrada a Ele. Que testemunho notável para as nossas Igrejas modernas!

d)     A benção que o apóstolo impetrou sobre nossos irmãos. “Graça e paz”. Graça, os favores imerecidos de Deus, tais como fé, amor, esperança e salvação de suas vidas, juntamente com as forças necessárias para viver para a glória de Deus, Ef. 2:8-9. E a paz, esta paz que excede todo o entendimento e que tem o poder para guardar o coração (as emoções) e a mente (os pensamentos) em toda segurança, inclusive no meio de tribulações, Fl. 4:7.

e)     O Autor desta paz. Ela vem “da parte de Deus, nosso Pai”. O Pai é o Autor de “toda sorte de benção espiritual”, porém, estas vêm somente “em Cristo” Ef. 1:3. Em Cristo significa: pertencer e permanecer nele. “Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar se não permanecerdes em mim” Jo.  15:3. Assim, o apóstolo podia confessar: “E o meu Deus (o Pai), segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades” Fl. 4:19.

1-     Agradecimento pelo Evangelho – “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” Rm. 1:16. Neste contexto, o resumo do evangelho está nestas três palavras específicas: fé, amor, e esperança, Vs. 3-5a. Assim que o apóstolo ouviu da existência da Igreja em Colossos, ele começou a orar por ela. O conhecimento da formação de novos campos de trabalho evangélico deve nos levar a orar por eles. A Igreja Presbiteriana do Brasil tem a sua junta de Missões Nacionais e este trabalho merece as nossas orações diárias. Os seus missionários enfrentam todo tipo de dificuldade na expectativa de verem a implantação dos três pilares do evangelho (fé, amor e esperança) em seus respectivos campos.

a) Fé, “fé em Jesus Cristo”, fé na suficiência da sua obra redentora. Sem fé é impossível agradar a Deus e alcançar a salvação e a vida eterna. “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito”. Ele deu o mais valioso de seus bens a fim de providenciar o perdão e a vida eterna para pecadores. Estes não precisam fazer mais nada, senão crer, pois Cristo pagou o salário do pecado quando deu sua própria vida em resgate por muitos. A única participação que Deus requer do pecador é fé na suficiência da Pessoa e Obra substitutiva de Jesus Cristo. Assim, “todo o que nele crê não pareça, mas tenha a vida eterna” Jo. 3:16. Esta foi a fé que caracterizou a Igreja em Colossos, “a firmeza da vossa fé em Cristo” Cl. 2:5.
b) Amor, um amor especialmente direcionado “para com todos os santos”, para com todos os irmãos em Cristo Jesus. “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos”. Mas devemos prestar atenção na frase que se segue: “Aquele que não ama permanece na morte” – ainda está sujeito ao salário do pecado, isto é, banimento eterno da presença de Deus, 1 Jo. 3:14; 2 Ts. 1:9-10.
c) Esperança, a “esperança que está preservada nos céus”. Veja como o Ap. Pedro reagiu diante desta verdade: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressureição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” 1 Pe. 1:3-5. Com esta esperança, ele acrescenta: “Mas crendo (em Jesus Cristo), exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé, a salvação da vossa alma” 1 Pe. 1:8-9. Quando Cristo estava se despedindo de seus discípulos, Ele disse: “Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também” Jo. 14:2-3. Que esperança gloriosa!  Sim, o evangelho que operou eficazmente em colossos é uma mensagem de fé, amor e esperança, a mensagem que deve ser proclamada no mundo inteiro.

2- Agradecimento pela Evolução – o desenvolvimento do evangelho em Colossos, “como também em todo o mundo” Vs. 5b-6. O apóstolo descreve esta mensagem como a “palavra da verdade”. O evangelho é uma mensagem verdadeira, embasada em fatos verificáveis. A história da redenção, desde o Livro de Gênesis até a vinda de Cristo no Novo Testamento é documentada com muita precisão. A realização desta redenção, mediante o sacrifício e ressurreição de Jesus Cristo são fatos que foram registrados com a mesma inerência, sempre visando a nossa segurança espiritual. Esta é a verdade que liberta o pecador da ira de Deus e o conduz a Jesus Cristo, mediante a fé na Obra e Pessoa do Filho de Deus. ”E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” Jo. 8: 32.
Esta mensagem foi anunciada em Colossos e logo começou a produzir fruto. Isto é, as pessoas que creram, receberam a redenção e o perdão de  seus pecados, Cl. 1: 14.   O ato de crer depende de duas  necessidades:  “ouvir e entender a graça de Deus na verdade”. O evangelho não é uma filosofia ou um mero exemplo de virtude moral. Ela é uma mensagem que revela “a graça de Deus”. Esta graça é o amor de Deus em ação; o seu favor para aqueles que não merecem nenhuma consideração; a sua vontade para derramar sobre o pecador, gratuitamente, as plenitudes da salvação eterna.
Quando o apóstolo diz que o evangelho “está produzindo fruto e crescendo”, está pensando na evolução da verdade em todas as partes daquela região. Em Éfeso, Paulo “separou os discípulos, passando a discorrer diariamente na escola de Tirano”. Ele fez isso  durante dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos. Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente, At. 19: 10, 20. Em Tessalônica, a mesma evolução aconteceu: “Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda a parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar cousa alguma; pois eles mesmos, no tocante a nós, proclamam  que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes a Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que vos livra da ira vindoura” 1Ts. 1: 8-10. E nós cremos que, o que aconteceu em Colossos, bem como em todo o mundo, pode acontecer no local onde estamos trabalhando.

3 - Agradecimento pelo Evangelista – “Epafras, nosso amado conservo e, quanto a vós outros, fiel ministro de Cristo” Vs. 7-8. Epafras foi um gentio que se converteu a Cristo e se tornou um dos conservos ao lado do Ap. Paulo. Ele nos dá as características deste “ministro de Cristo”, a sua disposição como pastor, e a natureza de seu ministério. Evidentemente, ele cuidava de três Igrejas: Colossos, Laodicéia e Hierópolis, Cl. 4: 13. Ele visitou o Ap. Paulo na prisão a fim de receber uma orientação quanto à heresia que ameaçava estas três Igrejas.
a)     Epafras, “nosso amado conservo e fiel ministro de Cristo”. Pela natureza de seu ministério, percebemos que ele era um homem muito especial, que sabia pastorear os crentes em Cristo. É importante observar o valor que o apóstolo dava ao companheirismo de seus colegas no ministério do evangelho. Epafras foi o seu amado conservo. Outro exemplo desta amizade é Tito, que lhe trouxe alívio quando ficou atribulado: “lutas por fora, temores por dentro”. Na hora da sua necessidade, “Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito.” 2 Co. 7: 5-7.
b)     Epafras, fiel instrutor. Ele uniu a instrução com a oração. Estes dois elementos devem sempre andar juntos para que a Igreja seja doutrinária e espiritualmente saudável. Epafras, “o qual se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus” Cl. 4: 12.
c)     Epafras, “fiel ministro de Cristo”. Ele não era, propriamente, um servo da Igreja, pelo contrário, era “ministro de Cristo”, para cuidar dos interesses daquele que o amou e a si mesmo se entregou por ele. O grande princípio que norteava a vida deste servo de Deus: “Servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens” Ef. 6: 7. “A Cristo, o Senhor, é que estais servindo” Cl. 3: 24.
d)     Epafras, fiel relator: “o qual nos relatou do vosso amor no Espírito”. O amor que emana do Espírito Santo é que nos direciona. Amamos a Deus, bem como ao nosso próximo, porque é o Espírito que coloca esse amor em nossa vida e nos capacita para este fim. Às vezes, recebemos esta pergunta: Como vai a sua Igreja? Que tipo de resposta daríamos? A resposta que Epafras deu, apesar da ameaça de heresias, foi positiva: A minha Igreja é caracterizada pelo amor, amor de Deus e amor mútuo entre os membros. Que nossa Igreja tenha esta característica.

Conclusão: O apóstolo, depois de prefaciar a Carta, falou sobre o evangelho, que pode ser resumido em três palavras: fé, amor e esperança. Em seguida, falou sobre a evolução do evangelho e como ele produziu fruto, não apenas em Colossos, mas, também, “em todo o mundo”. E, por último, falou sobre Epafras, o evangelista, um gentio que se converteu a Cristo e logo se tornou um homem caracterizado por seu zelo na pregação do evangelho; o qual se esforçou sobremaneira, continuamente, orando pelos crentes, para que se conservassem perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade Deus. Que cada um de nós tenha a mesma disposição, pois nós também somos servos do mesmo Senhor, Jesus Cristo, Amém.