Vasos de Honra

sábado, 27 de abril de 2013

SAL




“Porque cada um será salgado com fogo. Bom é o sal; mas se o sal vier a tornar-se insípido, como lhe restaurar o sabor? Tende sal em vós mesmos e paz uns com os outros.” Mc 9:49-50.

A terra, por causa da sua corrupção moral e espiritual, precisa da influência purificadora do sal. E nós, o povo de Deus, somos os únicos que podemos exercer essa atuação.

Cristo disse a seu povo: “Vós sois o sal da terra”, Mt 5:13a. O Ap. Paulo descreveu a humanidade desta maneira: “Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.”Tt3:3. O povo redimido e salvo por Cristo Jesus é formado por pessoas convertidas, que já deixaram de ser “cúmplices nas obras infrutíferas das trevas” Ef 5:11. Agora, como sal da terra, a nossa missão é reprovar essas obras infrutíferas.

Cristo advertiu seu povo: “Se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?” Mt5:13b. Infelizmente, o cristão pode perder o sabor do seu testemunho. As causas são variadas, tais como: “angústias ou perseguições”, “os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas”, Mt13:21-22, tudo isso têm poder para sufocar o testemunho do cristão, e, quando ele não mais tem a evidência de uma vida santa vida santa e irrepreensível, qual é o seu valor no reino de Deus? Cristo exortou seu povo: “Tende sal em vós mesmos e paz uns com os outros” Mc9:50b. O nosso lugar e utilidade no reino de Deus só tem sentido quando temos uma vida santa e irrepreensível, as evidências indiscutíveis da nossa conversão. Qual é a maneira prática e convincente para provar que temos esta santidade? Somente quando vivemos em “paz uns com os outros”.

Devemos levar a sério as advertências de Jesus Cristo. Nesta vida teremos que enfrentar provações destinadas a experimentar a nossa fé. “Porque cada um será salgado (experimentado) com fogo” Mc9:49. Uma vez confirmado o valor da nossa fé, ela será muito mais preciosa do que o ouro perecível, I Pe1:6-7

Rev. Ivan G. G. Ross 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O PERDÃO DIVINO





O perdão dos nossos pecados deve ocupar um lugar de suma importância em nossas reflexões sobre as realidades espirituais: Os meus pecados são definitivamente perdoados e lançados “nas profundezas do mar”? Mq7:19. O Salmista fez uma pergunta cheia de temor: “Se observares Senhor, iniquidades, quem, Senhor subsistirá?” Todos nós sabemos, instintivamente, que, sem a misericórdia exclusiva do Senhor, ninguém poderia sobreviver ao juízo final. Mas, pela graça de Deus, as Escrituras Sagradas nos dão esta esperança: “Pois no Senhor há misericórdia; nele copiosa redenção.”  Sim, no Senhor “está o perdão”  Sl 130:3,4,7. Portanto, somos encorajados: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” IJo1:9. Afirmamos confiantemente: podemos acreditar na irrevogabilidade das promessas de Deus. No Salmo 79: 8 - 9, encontramos três pedidos relacionados ao perdão dos nossos pecados:

O ASPECTO DE ESQUECIMENTO: “Não recordes contra nós as iniquidades dos nossos pais” vs 8 a.
          
Se o Senhor tivesse de se lembrar das nossas iniquidades, elas seriam  lembradas a fim de receberem a sentença da lei. O salário do pecado é a morte, isto é, a “penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder.” II Ts. 1:9. O conhecimento desta sentença sobre os nossos pecados deve encher o coração de medo, fazendo-nos suplicar, em lágrimas, com urgência: “Não recordes contra nós as iniquidades dos nossos pais”. Em outro lugar, o salmista implorou: “Não te lembres dos meus pecados da mocidade, nem das minhas transgressões. Lembra-te de mim segundo a tua misericórdia, por causa da tua bondade, ó Senhor” Sl 25:7. Se o Senhor se lembrasse dos nossos pecados, ai de nós! A possibilidade desta lembrança fez com que o salmista sofresse dores terríveis: “Laços de morte me cercaram e angústias do inferno se apoderaram de mim; caí em tribulação e tristeza. Então invoquei o nome do Senhor: Ó Senhor, livra-me a alma” , Sl 116:3-4. Se a tristeza pelo pecado nos conduzir ao verdadeiro arrependimento e fé em Jesus Cristo, o único Salvador, então temos motivo de sermos felizes. É o Espírito Santo que nos leva a este ponto de desespero, para depois nos conduzir a Jesus Cristo, o único que tem autoridade para perdoar os nossos pecados, Mc 2:10.
     
Quando a Bíblia fala sobre as iniquidades dos nossos pais, ela está incluindo os filhos também, porque os filhos costumam praticar os pecados que seus pais os legaram, I Pe 1:18. Iniquidades são perversões, a corrupção do sentido óbvio da santa lei de Deus. A perversão mais notória é a idolatria.  “Pois eles (os homens desobedientes) mudavam a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura (eles mesmos) em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente, amém.” Rm 1:25. Porque o homem adora criaturas, tais como o dinheiro e os prazeres deste mundo? Porque ele é transgressor do mandamento que é inato à sua natureza, que foi criada à imagem de Deus. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento.” Lc 10:27. O homem deixou de amar o seu Criador a fim de amar a si mesmo e aos prazeres deste mundo,  II Tm 3:4. A consciência destes pecados deveria encher o coração de terror, porque, no seu íntimo, o homem sabe que a sua vida não é reta diante do Deus que há de julgar o mundo com justiça. “Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.”Rm 1:32. O anseio de sermos inocentados nos constrange a orar: “Não recordes contra nós as iniquidades dos nossos pais”.

O ASPECTO DA ESPERANÇA: É a esperança que nos faz agir. É a esperança que vivifica a nossa fé a fim de podermos tomar posse das promessas do perdão. São três os motivos para alimentar a nossa esperança:

a)    A esperança de receber as misericórdias do Senhor. “Apressem-se ao nosso encontro as tuas misericórdias.” V.8b. O salmista estava preocupado com as suas iniquidades e o juízo vindouro quando “cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.” Rm14:12. Mas a sua esperança foi alimentada pela lembrança dos atributos divinos. O Senhor é misericordioso, esse é o atributo que nos enche de esperança. E,quando um dos seus servos faz um apelo baseado nos seus atributos, Deus não pode negar-se a si mesmo, recusando tal pedido. “Por um breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te; num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento, mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.” Is 54:7-8. As demoras do Senhor não significam que ele nos esqueceu; pois a sua promessa é eternamente imutável: “Comove-se por ele o meu coração, deveras me compadecerei dele (o necessitado, arrependido), diz o Senhor.” Jr 31:20

b)    A esperança de receber alento do Senhor: “Pois estamos sobremodo abatidos” V 8:c. A presença de iniquidade em nossa vida é uma força negativa, e, num dado momento,deixará o transgressor “sobremodo abatido”. Por causa de suas iniquidades, Israel foi desterrado e reduzido a uma escravidão opressora. E, até os nossos dias, existem vidas desregradas que estão enfrentando todo tipo de penúria. Como a Bíblia afirma: “Muito sofrimento terá de curtir o ímpio,” não apenas nesta vida, mas, muito mais, na eternidade, Sl 32:10.  Feliz a pessoa que, à semelhança do filho pródigo, caindo em si, se levanta e volta a Deus, demonstrando verdadeiro arrependimento e fé em Jesus Cristo, o único Salvador. Tal pessoa, com toda certeza, há de receber o desejado alento e descanso para a sua alma.

c)    A esperança de receber a assistência do Senhor: “Assiste-nos ó Deus e Salvador nosso, pela glória do teu nome.” V.9 a. A esperança do salmista foi alimentada pela lembrança de que o seu Deus é também o seu Salvador. Que esta declaração console o nosso coração: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador.” Is 43:11. A glória do Senhor se manifesta quando Ele salva pecadores porque essa é uma obra que somente Ele pode executar. “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar a Deus o seu resgate.” Sl 49:7. Mas Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito para que este desse “a sua vida em resgate por muitos” Mc 10:45. Cristo pagou o preço da nossa redenção. Feliz a pessoa que pode confessar: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.” Sl 23:1.


         
O ASPECTO DE ESCAPAMENTO: “Livra-nos e perdoa-nos os pecados, por amor do teu nome.” V9b.

Somos felizes quando o Senhor não se recorda contra nós as iniquidades que nossos pais nos legaram; mas nós, os filhos, também temos pecado contra o Senhor. Por isso, o salmista faz dois pedidos bem específicos.

a)    “Livra-nos.” O verbo indica que o solicitante está preso ou dominado por uma condição escravizadora. O pecado é subjugante e domina todo o nosso ser. Como o Apóstolo confessou: “Eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.” Rm 7:14
O pecado sempre incorre em dívida, um compromisso que o transgressor não pode pagar por seus próprios esforços; por isso ele depende de um redentor, alguém que pode pagar essa dívida. Cristo é o nosso Redentor. Quando morreu em nosso lugar, Ele pagou a totalidade desta obrigação. E para qual fim? “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna.” Rm 6:22.

b)    Perdoa-nos os pecados.” Feliz a pessoa que escapa das consequências judiciais de seus pecados. Sim, com o Senhor “está o perdão”, Sl 130:4. O salmista, testemunhando da misericórdia de Deus, disse: “Ele é quem perdoa todas as nossas iniquidades (...). Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.” Sl 103: 3,12. O profeta Daniel profetizou que o sacrifício de Jesus Cristo foi designado “para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer justiça eterna.” Dn 9:24. Esta é a justiça que é imputada ao pecador que crê em Jesus Cristo, fazendo com que ele seja aceito diante de Deus: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” I Jo 1:9. Esta promessa é irrevogável, “porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim” II Co 1: 20

CONCLUSÃO:
O salmista termina as suas reflexões sobre o perdão divino justificando a razão da sua confiança nesta dádiva de Deus. “Por amor do teu nome.” O nome do Senhor engloba todas as características da sua natureza, tal como a sua fidelidade. “ É impossível que Deus minta” Hb 6:18. Quando Deus promete perdoar o pecador arrependido, Ele, com toda certeza, há de cumprir a sua palavra. Ele ama o seu nome e tudo o que este representa. Deus permanece “fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” II Tm 2:13. “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”     Hb 4:16.